domingo, 22 de janeiro de 2012

Apresentação


                Meu nome é Sérgio Nardes e sou o criador do Processo de educação musical que leva meu nome. No Processo Nardes todos os conteúdos, mesmo aqueles tidos como absolutamente subjetivos, emocionais e aleatorios são estudados, investigados, testados e executados partindo de categorizações, de ordenamentos e análise matemática. Tenho ainda algum receio em descrever o Processo nestes termos porque as pessoas, grosso modo, têm um certo porém com a palavra matemática, mas afianço que a matemática que utilizamos não passa do numero 10 e trabalha apenas divisão simples e um pouco de geometria, basicamente noção de quadrado e de triângulo ; crianças apenas alfabetizadas já têm condição de cumprir o Processo (¹).
                Em linhas gerais, o Processo é uma ferramenta de musicalização muito rápida e muito profunda,  sendo holística e anterior ao instrumento que o aluno aprenda – o instrumento, dentro do Processo, nunca é o fim mas sempre um dispositivo mecânico onde o conhecimento musical é exercitado, calculado e investigado, uma variavel que cada aluno pode ou não escolher desde o começo do cumprimento. Praticamente todos os alunos do Processo acabam por se interessar por mais de um instrumento; depois de um semestre de estudo fica claro que diferentes instrumentos de geração de som funcionam segundo principios mecânicos distintos, e isso é suficiente para que o estudante se interesse pelo novo instrumento, e ao contrario do que diz o mito, isso não tira foco de estudo e muito menos atrapalha no aprendizado, antes o contrario; alunos mais distintos, os que mais rapidamente aprendem e investigam são os que instrumentalmente são mais promíscuos, além do que o Processo enfaticamente incentiva seus alunos a relacionar-se com a Harmonia já no primeiro semestre de cumprimento dos Protocolos, o que implicará que ele procure instrumentos harmônicos por vontade propria.
                O Processo instiga o aluno a sempre experimentar formas novas de produção sonora, isso porque o proprio fenômeno físico da produção do som – percutido, friccionado ou soprado -  é assunto e materia constante do estudo. Todos os alunos cantam e todos executam padrões de acento e subdivisão com o proprio corpo. Desde a primeira aula o aluno já divide internamente mais do que aquilo que solfeja ou toca, o que agrega disciplina ritmica e acabamento fraseológico. Como fica evidente mesmo em Workshops de 40 minutos, o Processo musicaliza pela consciência e categorização matemática, sempre partindo do ritmo e timbre, e nunca, absolutamente nunca da afinação(²).
                O Processo está acontecendo desde 2010, tanto com alunos particulares quanto no Curso de Teoria Musical que ministro no Capus do Vale, atendendo aos alunos do Ensino Medio egressos do Colégio de Aplicação e os alunos das muitas Graduações que a Universidade Federal sedia lá, valendo o semestre como crédito. Tive no ano de 2011 uma experiência em utilizar o Processo dentro de escolas  particulares de Música, mas o desconhecimento dos professores sobre conteúdos fundamentais em Música somado ao engessamento que – aparentemente -  o ensino acadêmico gera, e mesmo fatos bizarros como o de uma menina de 10 anos que cumprindo o Processo em paralelo com a aula de bateria em dois meses já possuia controle das baquetas – inclusive rufos em 5, 7 e 9, maior do que o do seu professor, percebemos que professores lecionando em modelos normais de ensino se constrangem  com a velocidade dos resultados – e sobretudo com alguns mitos de dificuldade de ensino que o Processo desmonta -  e muitas vezes lidam mal com isso. De maneira que apesar de o Processo ser mais rápido, mais evidente em seus resultados, mais simples de aplicar e mesmo mais facil de ser verificado pela direção de uma instituição particular de ensino de música, ainda estamos procurando uma escola parceira para ser nosso ponto piloto de instalação no ensino privado. Alguns professores, entretanto, além de cumprirem o Processo o estão replicando nos seus proprios alunos. Acredito que umas 200 pessoas neste momento, estão diretamente envolvidas com o cumprimento do Processo, e indiretamente esse número pode ser o dobro disso. É muito pouco para 2 anos, reconheço, mas o Processo é dinâmico e muitas coisas que hoje consigo fazer – como ensinar os musicistas como funciona um arco, e sobretudo o que é que se deve desenvolver na sua interação mecânica com o arco por exemplo, a um ano atrás eu conseguia fazer mas não conseguia explicar, o que para o Processo é o mesmo que não saber; em nosso entendimento conhecimento, todo ele, é sempre crença justificada, e o saber fazer sem saber o que é o fazer enquanto fenômeno, pedagogicamente não nos é de grande utilidade. Além disso, entendemos que somente uma didática clara, com enunciados sintéticos e verificáveis pode resultar em alunos musicalmente inteligentes, corajosos e instigadores. Meus alunos levam para casa temas epstemológicos e não coleções de exercícios cegos para um repetição infinita.
                Estsou coligindo material em video – aulas e palestras, sobretudo  - além dos testemunhos, relatos escritos, alguns deles já constantes no site, e conteúdo didático produzido por mim; tenho um contato para a edição de um Método, mas acredito que ainda é cedo para isso, e estou escrevendo o roteiro para um documentário sobre o ensino de Música no Estado do Rio Grande do Sul. O Processo Nardes tem um potencial gigantesco para uso em Projetos Sociais (porque instrui e mostra resultados muito rapidamente), em orquestras de estudantes (porque faz o aluno musicista baixar seu próprio filtro de resultados já na primeira aula por sua propria iniciativa e consciência)  e mesmo no nivelamento técnico de musicistas já profissionais. (3)
                     

1 - Um de nossos focos de pesquisa com musicalização infantil, realizado por minha esposa em uma pre-escola modelo tem nos demonstrado que crianças de 4 anos já são capazes de construir pulsação e subdivisão, inclusive utilizando instrumentos percursivos, mas a capacidade de entonação e evidentemente de escrever e ler signos ainda é incipiente, razão pela qual o Processo prescinde de alunos alfabetizados. Como essa formação escolar da-se entre os 6 e 7 anos, o ouvido tonal já está suficientemente desenvolvido, junto com a capacidade de ler e escrever signos gráficos.
2 – Por mais impressionante que seja, a realidade hodierna do ensino musical no Estado ensina notas e não ritmo em primeiro lugar, o que é um contrasenso de causalidade física; o “onde” da nota afinada não vale muito se o “quando” da nota não está previamente claro, e esse é um erro de formação que vai desde os projetos de musicalização infantil grassando uma deficiente consciência ritmica mesmo em musicistas mestres e doutores.
3 – Novamente aqui a preocupação com clareza e veracidade do relato se chocam, receio eu, com uma possível compreensão de que o Processo é mais complicado e portanto mais inacessível ao comum das pessoas; essa impressão, caso se dê, desmancha-se em apenas alguns minutos de uma demonstração do Protocolo dos Acentos. Alguns alunos comentam que é incrível ninguém haver pensado neles antes, por simples, óbvios e mesmo já intuidos por muitas pessoas apenas diletantes no estudo da Música. Honestamente não sei como é que ninguém pensou nisto antes e a hipótese mais inteligente que consegui formular é que o Processo não seja uma coisa nova mas sim uma organização estrutural do fenômeno da Música enquanto objeto de estudo que utiliza ferramentas já existentes mais ainda não ligadas nos termos em que o Processo o fez.   

Um comentário:

  1. Olá, recebí uma confirmação da minha inscrição no curso de extensão em Teoria Musical do Processo Nardes, que começa amanhã dia 28 Março.
    Gostaria de saber confirmações de local, horário, se realmente vai ser realizado.
    Obrigado,

    João Carlos Siegmann Martini

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