quinta-feira, 24 de maio de 2012

resumo de aula 9 de maio

Então, o que fizemos foi o caminho oposto daquele que o pessoal costuma seguir para musicalizar; em vez de ficar atormentando os pobrezinhos dos alunos, criamos primeiro uma pulsação fundamental, simples, constante e rápida, e dentro desta estrutura, que podemos armar, organizar em fórmulas de acentuação pares ou ímpares, é sobre esta estrutura que colocamos, que encaixamos, que, enfim, executamos nossa entonação. O de sempre com batatas, o ritmo antes, sempre, e sempre pensando em padrões de acentuação, e a entonação construída, sempre, sobre os pilares da escala, exercitando a todo o momento o acesso randômico entre quaisquer graus de uma escala dada qualquer. Começamos com muitas pulsações em cada nota, e subimos e descemos a escala, a cada volta deixando um pouco mais rápido, um tantinho a menos de espaço a cada volta, até que ao fim acontece aquele fenômeno que reconheço, impressiona sempre, todos com um ataque rápido, leve e o volume do grupo alto e claro, afinado e estável. Sempre é bom deixar claro que não tem mistério algum, apenas um entendimento do ritmo como organizador do discurso musical – organizador aqui enquanto modelo e padronizador de estudo – cronologicamente, fenomenologicamente anterior ao da entonação e estruturalmente mais constante; trocamos de notas e mesmo de tonalidade com muito mais frequência do que trocamos de ritmo ou andamento, e por sua própria natureza, o ritmo prescinde de exatidão a mais possível, dado que podemos fazer constantes ajustes enquanto o executamos. A entonação por sua vez varia o tempo todo, salvo notas pedais longas (o piano tem um pedalzinho que quando pisado faz o som das teclas durar um tempão. Quando não pisamos o pedal este, o som para assim que tiramos o dedo da tecla, daí quando temos uma nota beeem longa dizemos que é nota pedal, porque dura muitissíssimo mais que o normal). Qualquer estudo de música que coloque a afinação antes do ritmo – entre os estudantes de violino esse erro é infelizmente quase uma praga -  invariavelmente fica com uma pulsação que parece toda retalhada, cheia de pequenos atrasos e ataques duros, mostrando todas as emendas que o musicista não conseguiu aprender corretamente e ficou sem a emenda rítmica que dá ao nosso ouvido a fluência agradável tanto gostamos a reconhecemos nos grandes artistas que ouvimos. De resto pessoal, praticar as combinações propostas em aula e aproveitar  todo tempo livre para praticar as escalinhas nos ritmozinhos que o tio Sérgio ensina.

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