Resumo de aula 2 de maio
Vamos pegar lá de longe, de semanas
e semanas passadas, e falar sobre as claves. Como vimos em aula, as claves são
os sinais que aparecem bem no começo de cada pentagrama. Eles são o primeiro
símbolo que lemos por uma razão muito importante; a clave é que determina o
nome das notas em cada uma das cinco linhas do pentagrama, e toda a nossa
leitura tonal depende antes de tudo de sabermos onde estão as notas que vamos
ler. Por que existem claves diferentes e não apenas uma? Não seria mais fácil
que todos os instrumentos lessem sempre a mesma clave, com todo mundo feliz da
vida? Sim e não, pra ser honesto com vocês. Sim por que realmente, seria uma
coisa a menos para se ocupar, mas mesmo isso, de ser ou não preciso aprender
mais de uma clave, é uma questão que quando pensada seriamente deixa de ter
importância, porque pensando bem, aprendermos a clave de Sol, e a de Fá e a de
Do não demora mais do que uns dois dias de prática, principalmente se estudarmos
as três desde o começo, portanto essa história de não sei ler na de sol, ou não
sei bem a de dó, no fundo é desculpa de aluno sem curiosidade, falha tremenda no
estudo da música. E não, não é mais fácil uma clave apenas para todos os instrumentos
porque dessa maneira haveria linhas suplementares, aquelas que desenhamos os
risquinhos, quando acaba os pentagrama. Vou explicar; se pensarmos na clave de
sol são 5 linhas e 4 espaços, e na primeira linha é a nota mi, certo? O mi
seguinte, indo para o agudo, é o mi do último espaço, ainda dentro do
pentagrama, estás acompanhando?, pois é, tem o fá na última linha ainda, mas
mesmo juntando ele, podemos dizer que DENTRO do pentagrama e partindo de mi,
temos uma 8ª e mais uma segunda. Quer dizer, é uma gama de notas muito curta,
muito pequena, com apenas uma 8ª, o que limita muito compor, escrever, calcular
música. Os instrumentos musicais têm mais de uma 8ª – se pensarmos no piano,
ele tem 7! – e literalmente, a soma de todas as notas que estes instrumentos
executam não cabem dentro de um pentagrama. Por isso é que existem as linhas
suplementares onde, quando preciso, meio que aumentamos o tamanho da pauta,
para cima ou para baixo. O Problema é que lá nos tempos de antigamente não
existia fotocópia e o troço era feito na mão grande mesmo. Tinha uns caras que
viviam só de copiar música. É natural então pensarmos que ao escrever eles não
gastassem tempo a toa, né? Então criar uma clave onde as notas mais centrais do
instrumento fiquem dentro do pentagrama já é uma baita ganho de tempo, porque
para o copista dá menos trabalho – muito menos – aprender 6 claves diferentes –
a de dó é móvel – mas aprender isso apenas uma vez do que passar a vida toda
usando uma só clave mas gastando os dedo até o toco de tanto fazer linha
suplementar. Vejam. Não estou com isso explicando como estas claves surgiram,
que isso é uma outra história, mas sim
dando uma explicação sintética do porque elas se sedimentaram como símbolos,
como representação pictográfica de estruturas matemáticas de organização do
fenômeno sonoro em nosso cérebro; basicamente, porque claves diferentes tornam
escrever e ler música mais fácil e mais rápido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário