terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Divido aqui alguns conceitos que utilizo nos cursos de Teoria Musical do Processo Nardes. 


Frequência sonora

Agora que tu já sabes que o som se propaga no ar por meio da vibração das moléculas, vibração essa causada por uma interação mecânica, vamos nos deter um pouco mais nessa vibração e pensar a respeito. Como é que se mede uma vibração? Um cientista chamado Hertz resolveu o problema pra gente; conforme a quantidade de vezes que uma vibração ocorrer por segundo as classificamos em graves ou agudas, e conforme a altura dessa vibração – altura assim de fulano é mais baixo que ciclano – maior é o seu volume. Quanto mais vibração por segundo, mais agudo, e quanto menos vibração por segundo, mais grave.
Explicar essas coisas no papel é sempre difícil, então vou usar algumas analogias que, espero, ajudem a compreensão. Nas aulas de teoria para crianças costumo mostrar a voz da vaca como exemplo de som grave e a voz do passarinho como exemplo de voz aguda, mas isso não explica o que é o grave e o que é o agudo, e fazendo isso estou apenas dando exemplos e não conceituando o que são essas palavras e que significados elas contêm. Imagine aquele som de apito de navio, sabes, ou a voz do Tropeço, aquele mordomo da Família Adams, ou tente produzir com a sua voz o som mais grave que conseguires. Quanto mais grave o som, mais tu vais conseguir identificar, ouvir mesmo, as freqüências “batendo”. Pense num motor de caminhão, em marcha lenta, em ponto morto; a vibração é lenta e dá pra imitar com a boca. Quando o caminhão anda, o que acontece quando o motorista acelera? A rotação aumenta e a vibração fica mais rápida, por isso que temos aquele som tão característico do barulho do motor trocando de marcha e acelerando; é a velocidade das freqüências que está aumentando, de modo que parece que se continuarmos acelerando e não trocarmos de marcha - o que faz a rotação do motor diminuir novamente – o som vai ficar tão agudo que o motor vai explodir. Por outro lado, quanto mais grave, menos vibração por segundo, até que chega num ponto em que conseguimos quase que contar as vibrações no tempo.

 Sonoramente, uma vibração tão lenta nos dá uma sensação de rugosidade, de irregularidade de relevo, de esfarelamento.

 Agora pensemos num violino tocando uma nota muito aguda, ou num passarinho cantando, ou mesmo numa destas pessoas que assoviam muito agudo. A vibração destes sons é tão rápida que não conseguimos contá-la. Na verdade não conseguimos sequer percebe-la, de tão rápida que ela é. A segunda corda do violino vibra 440 vezes por segundo,

e  por ser tão rápida essa vibração, temos a impressão de que os sons agudos são lisos e sem rugosidade, sem desníveis, aquosos, vítreos, limpos, transparentes.

A vibração das moléculas está alí, mas não é como as do motor do caminhão que são lentas e podemos quase que contar. Elas são tão rápidas que não ouvimos a vibração mas sim um som liso, sem vibração alguma.
Também temos a sensação de que sons mais graves são maiores do que sons mais agudos. Acho que essa impressão se dá porque nosso ouvido aprende – não sei se no decorrer de nossa formação auditiva durante nossos primeiros anos de vida ou se durante o processo de evolução da nossa espécie – que sons agudos soam em lugares pequenos; sons agudos invariavelmente provêm de fontes pequenas, sejam elas dispositivos como instrumentos musicais ou uma moeda ou uma taça de cristal ou um passarinho. Por sua vez, sons graves saem de lugares, de coisas grandes, como um contrabaixo acústico ou o motor de um caminhão, ou uma vaca... Que fique claro pra ti então que,

 som agudo vibra muitas vezes por segundo e que suas ondas de propagação são rápidas. Por sua vez, som grave vibra poucas vezes por segundo e tem ondas de propagação mais lentas.

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