quinta-feira, 19 de abril de 2012

Resumo de aula do curso de Teoria, na Casa da Música - 3


Vamos ao resumo, então,

    Como o pessoal deve ter percebido - pelas caras no fim da aula acho que estamos mais pra sim do que pra não - consegui colocar na cachola de vocês a percepção do que é um acorde e do porque que ele faz sentido para o nosso cérebro. Já ganhamos nosso salário do dia ao conseguirmos nos movimentar pelos graus da escala - as mulheres um pouco melhor que os homens, e a ala OSPA dominando tudo; o pessoal do TOTROMVAA - Tocadores de Trombone de Vara Autônomos - está organizando uma revanche para a próxima aula. 

    Não tem truque nem mistério; a prática diaria de pensar os graus e praticar o acesso consecutivo e aleatório é uma baita exercício, lembrando que em 1º lugar, sempre, uma divisão por quatro, para qualquer pulsação que vocês usem pra exercitar a voz. Não sabermos o tamanho da nossa articulação mínima é fazer de conta que estamos estudando, e somos pessoas decididas, que se reunem no meio da semana, no meio da tarde, querendo uma relação mais seria e não mais lúdica. Aliás, até isso já é um troço meio estranho pra mim; por que que estudar, por que que uma visão intelectualizada do fazer musical tem que sempre carregar este estigma ruim de chato, de bossal, de pretensioso?
     Vejam o nosso caso, nunca tratamos nenhum conteúdo por sua matriz emocional, nunca abordamos nenhum único conteúdo usando qualquer tipo explicação subjetiva. Tratamos os conteúdos como se fôssemos ets que vieram para a Terra estudar o FENÔMENO da música, e somente por suas propriedades Físicas e os meios também físicos, de precisão e de equilíbrio, de entonação, e mesmo assim aparentamos estar nos divertindo muito durante o processo. Quero que vocês comecem a dividir comigo a responsabilidade de mostrar para as pessoas que não somente Teoria da Música é uma matéria interessante e instigadora quanto que ela é parte inseparavel do fazer musical, assim como saber o significado das palavras que usamos não é saber a Teoria da língua mas objetivamente saber 'a' língua. 
     Depois de alguns minutos de prática rítmica, em 2, em 3, e em 4, pelo menos, pratique o começo da escala Maior e o começo da Menor, e não subestimem os seus ouvidos; decorar o acesso aleatório das escalas - lembram que falei sobre decorar a melodia e ser capaz de acessar qualquer pedaço dela, algo que vocês já fizeram com muitissíssimas músicas que decoraram - é algo que se desenvolve em algumas semanas de prática, e já começar praticando a percepção das diferenças entre os dois modos é investimento pesado na capacitação do ouvido de vocês.
     Em relação aos acordes, demos passos importantes hoje, não somente porque sedimentamos mais um pouco a percepção de que o acorde é um fenômeno acústico mas também de que em termos de tonalidade, o acorde perfeito é formado por 3 sons somente. Dado o resultado de batimentos - soma das frequências - descobrimos que não é possível combinar mais de 3 graus de uma escala dada qualquer; esse fenômeno, certamente já conhecido desde a pré história, não foi usado desde sempre mas foi aos poucos sendo reconhecido e aceito até se impor, sobretudo aos ouvidos do mundo ocidental, como o tripé matemático sobre o qual organizamos a educação e formatação tonal de nosso ouvido. 
     Pra hoje não precisa mais, creio. Salientando que ao empilhar graus de uma escala dada alguns graus tem afinidade com outros graus; graus vizinhos batem muito as frequências, mesmo que em 8º diferentes, e esses batimentos irregulares nos dão a sensação de instabilidade, os graus mais distantes da tônica - este é outro nome para o 1º grau, os graus 4º e o 5º, são os mais estáveis - claro, por estarem longe - o batimento é numa velocidade muito diferente da tônica e para o nosso ouvido esse fenômeno soa regular, estável. Semana que vem solfejo ritmico, cantado e ainda vou começar oficialmente o conteúdo dos acordes. 
     Outra maneira de divulgar o blog; estou postando os resumos lá e vocês podem indicar o blog para quem quiser ler os resumos ou se informar mais sobre o Processo.
     Forte abraço e até quarta. Continuo esperando o email do pessoal da recuperação.    


Obrigado pelo privilégio, maior a cada dia, de dividir com vocês o pouco que sei.

Sérgio

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